Pedro Bandeira: O contar que desafia; a diversão que faz pensar.
Pedro escreve com base no comportamento dos jovens e crianças. O que eles pensam? O que esperam? Busca o conhecimento para que o leitor se identifique com a história. A obra de Pedro Bandeira impõe-se pela força de sua linguagem: quer a linguagem precisa de narradores que se colam à consciência e à linguagem de suas personagens, quer a linguagem da poesia que através de sonoridades, trocadilhos e jogos de palavras, fecunda a linguagem cotidiana tornando, com isso, a obra bandeiriana uma das mais ricas da literatura infantil brasileira contemporânea.
“Não sou muito. Sou um livro, ou melhor, sou apenas um exemplar de um livro. E nem sou um livro muito importante, desses que todo mundo se envergonha de nunca ter lido. Sou um livro bem fininho até, mas colorido, bem ilustrado e muito bem escrito por um jornalista chamado José Reis. E que ideia ele teve! Inspirou-se na fábula da formiga que, à chegada do inverno, recusa-se a dar guarida a uma cigarra porque a pobre cantara no verão em vez de trabalhar, e reescreveu-a como conto de fada, mostrando aos pequenos leitores que cantar, representar, pintar, dançar e escrever histórias também é um trabalho, e uma atividade tão importante quanto plantar milho para fazer pipoca. Na recriação desse escritor, a cigarra é acolhida por outra formiga muito atenciosa e a historinha tem um final pra lá de feliz.”
Pedro Bandeira.