Eva tem um estilo especialmente lúdico, onde cria histórias fantásticas que existem apenas na imaginação. Dá nomes pouco convencionais aos personagens que vivem num universo bem maior do que ela mesma.
“Se eu fosse colocar [meu trabalho] numa ordem [de importância], em primeiro lugar viria a observação, depois a imaginação e a memória. Eu acho que a observação é fundamental no trabalho do escritor, porque na verdade o ser humano é nossa matéria-prima, é daí que sai o que caracteriza a literatura, o drama, o conflito, a superação etc. A imaginação também é importante, pois é a maneira de falar através de metáforas, de falar da realidade de modo simbólico. Essa ponte com a imaginação, essa facilidade de entrar em contato com ela, isso exige certo treino, acho que é fundamental criar situações novas, engendrar enredos, personagens... É uma ponte com o próprio inconsciente, até com os deuses, para fazer uma matéria disso, algo que se condensa na realidade. Já a memória, acho que [...] é uma coisa ampla, pois você pode ter tanto memória de fatos, de dados, ocorrências, quanto pode ter memórias afetivas, sensações, emoções, por exemplo.”
Eva Furnari
(Trecho de entrevista concedida a Marcelo Maluf em 11/2/2009 http://www.labirintosnosotao.com/2009/02/conversas-no-sotao-entrevista-com-eva.html)